sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Havia fogo em toda parte, porque ela estava em toda a parte. Suas mãos reconheciam a minha pele, queimando-a. Seus lábios sentiam o gosto de cada centímetro do meu rosto. A parede bateu nas minhas costas, mas não houve dor. Eu não era capaz de sentir coisa alguma além da queimação. Minhas mãos se amaranharam nos cabelos dela, puxando-a para mim como se houvesse algum meio de ficar mais perto. Minhas pernas se enrolaram na cintura dela, a parede fazendo o apoio que eu precisava. Sua língua se contorcia com a minha, e não havia parte da minha mente que não fosse invadida pelo desejo insano de ela me possuísse. Ela desvencilhou sua boca e apertou os lábios contra minha orelha outra vez.
- Mel..? - Aquilo soou muito alto  nos meus ouvidos; um rosnado que era quase um grito - Você não vai me deixar. 

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